Publicado originalmente em 17 de janeiro de 2017, no Linkedin.
Primeiramente, desculpe o trocadilho no título. É que o que eu tenho para contar dessa vez é tão sensacional, que eu queria que você visse. Quem nunca teve problemas com o peso, não é mesmo? Se você não tem, sinta-se privilegiado. Não é exatamente o meu caso.
Setembro de 2015: Eu, com herança genética, sedentarismo e má alimentação, já estava obesa nível 2. Eu precisava fazer alguma coisa. As doenças cardiovasculares já batiam em minha porta. A obesidade pode ser bem cruel, às vezes. Foi então que resolvi me dedicar totalmente à rotina de reeducação alimentar e atividade física. Com corridas e corte de calorias, a princípio, foram 6kg e tcharam! Estacionei. Não conseguia mais perder um só grama.
Fevereiro de 2016: Procurei uma nutricionista, que tinha foco em nutrição comportamental – guarde bem esse nome. Dra. Ana Scaramella olhou com reprovação para a minha dieta e começamos a fazer mudanças. Desde o primeiro dia até hoje (janeiro de 2017) foram mais 5kg e a perda de peso bastante saudável, com eliminação completa dos fantasmas das doenças cardiovasculares e uma percepção de que a perda foi muito maior.
Mas onde é que entra o Scrum na jogada? Calma, eu já vou explicar. A nutricionista – nutri – como costumamos chamá-la, tem foco em nutrição comportamental, lembra? O foco do projeto de emagrecimento é a mudança completa do mindset, e, depois da leitura do livro do Jeff Sutherland, liguei os pontos.
A nutri trabalha da seguinte forma (e você pode fazer isso em casa, se quiser!):
- Define uma meta a ser cumprida – um backlog. Qual é a sua meta? 1, 2, 5, 15kg? Depois da meta definida, a pergunta é: Quanto você acha que consegue nos próximos 30 dias? Daí sai a sua meta do sprint e meta do release.
- A nutri também define 3 metas diárias – junto comigo – que eu preciso conferir diariamente. A minha daily scrum meeting comigo mesma.
- A cada 15 dias, há o sprint review, onde conto como foram meus primeiros 15 dias, e existe a pesagem e tiragem de medidas. Também há a retrospectiva, onde revisamos o processo e fazemos ajustes, como por exemplo: Qual é seu principal ofensor no processo de emagrecimento? O que foi muito bom nesses 15 dias?
O processo em si é bem simples, mas trago aqui para discussão pois nessa experiência percebo que o Scrum, apesar de ter uma série de cerimônias, não necessariamente implica em um processo fechado e que não podemos mudar. Meu emagrecimento tem como objetivo a mudança de pensamento, o equilíbrio pessoal.
Vejo que o Scrum não é uma ferramenta apenas para desenvolvimento de software: ele pode ser usado como uma ferramenta de mudança de cultura, onde aos poucos vemos cada uma dessas etapas como natural, e melhoramos a cada dia.
E você, o que acha da aplicação do Scrum em projetos do seu dia-a-dia?